quarta-feira, 11 de março de 2009

Caminhante, são teus passos o caminho...

Caminhante, são teus passos o caminho, nada mais.
Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao andar.
Ao andar se faz caminho, e ao volver a vista atrás,
se vê a senda que nunca se há de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho, senão espumas sobre o mar.

Para que chamar caminhos nossos rastos ao azar?
Todo o que caminha anda como Jesus sobre o mar.
(1)

Lindo e verdadeiro, o que vejo ao olhar pra trás são rastros do meu caminho, sinuoso, trôpego, interrompido às vezes; mas é de fato um pálido registro do que realmente vivi.
Pálido, pois a dimensão pessoal e a transcendente que também estiveram presentes, estas eu não as enxergo obvia e diretamente, mas somente pelas suas delicadas sombras deixadas.
Também às vezes não enxergo claramente as sutis marcas da graça que me visitou enquanto caminhava, vejo mais claramente o que não deu certo, os meus tropeços, daí ser difícil cultivar uma atitude básica de gratidão pela silenciosa, mas potente presença de Deus e de sua graça nos meus caminhos.
Ainda bem que Jesus me convida para andar por sobre as águas, onde caminho não se faz, mas se vive.

Waldney Carmignani - 23Nov07


(1) Antonio Machado (Sevilha, 26 de julho de 1875 / † Collioure, França, 22 de fev.de 1939), poeta espanhol, pertencente ao Modernismo.
Os versos fazem parte de um conjunto de poemas chamado Proverbios y Cantares e o primeiro deles é um dos mais famosos poemas da língua hispânica.

O CAMINHO DO CORAÇÃO - (Henri Nouwen)

Enquanto os "grandes eventos" do dia podem não nos afetar profundamente, os pequenos sinais de amizade podem criar muita alegria, e os pequenos tumultos entre pessoas podem trazer muita tristeza.
Um bilhete inesperado de um amigo, ou o comentário momentâneo de um vizinho, pode afetar mais minhas emoções que a inflação e a recessão, a guerra e a opressão. Uma catástrofe distante tem menos efeito do que um acidente próximo; e um desentendimento entre pessoas causa-lhes mais irritação do que os problemas mundiais...
Contudo, quão poucas são as vezes em que orientamos nossa conduta por essa percepção!
O que é mais fácil do que escrever um bilhete de agradecimento, enviar um cartão só para dizer "oi", ou telefonar "só para saber como andam as coisas"? Mas, como isso é cada vez mais raro! Não obstante, percebo que toda vez que alguém diz: "Gostei de conversar com você", "Apreciei seu comentário", "Seu bilhete foi realmente útil" ou "Você realmente parece sentir-se em casa aqui", sinto minha vida interior sendo levantada, o dia parecer mais claro, e a grama mais verde... Na verdade, é um grande mistério que um gesto pequeno, trivial, muitas vezes, pode mudar consideravelmente meu coração. O caminho para o coração parece ser uma trilha tranqüila e serena.

PARA QUE SERVE UMA RELAÇÃO? (por Drauzio Varela)

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade como outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono pregado, logo após o jantar.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois. Drauzio Varela)

segunda-feira, 9 de março de 2009

Coaching - Como lidar com a Homeostasis? - Parte I

Um bom processo de coaching deve oferecer suporte para que o coachee (o cliente) de fato consiga lidar com a Homeostasis e assim progredir em seu desenvolvimento pessoal e profissional. A homeostasis é uma reação contrária que aparece como resistência à mudança.

Quanto mais e melhor você entender a homeostasis, mais capacitado será para controlá-la e menor será a força dela sobre você e assim voce poderá avançar sem que ela o impeça.

O que é Homeostasis?

Homeostasis é a tendência de um sistema ou organismo de permanecer o mesmo, i.é, sem mudanças.

É como se fosse um termostato que mantém a temperatura de um ambiente refrigerado dentro de uma certa faixa. Esta zona é chamada zona de conforto. Para que ocorra o crescimento e o aprendizado, é necessário deixar a zona de conforto. No entanto, toda a vez que você tentar sair dessa zona, a homeostasis lhe empurrará de volta, reduzindo o seu progresso, ou impedindo-o completamente.
Homeostasis freqüentemente se apresenta como MEDO. Por exemplo, você está movendo-se suavemente em direção a um certo alvo(meta), e de repente, do nada, você entra em pânico e fica paralisado. Você tem uma entrevista, ou você tem uma proposta sua aceita, e assim que a excitação inicial se esvai aparece um certo sentimento de inadequação de que você não será capaz de dar conta do recado.
Como a homeostasis é uma resposta sistêmica à mudança, qualquer que seja, ela pode parecer como auto-sabotagem. Existe uma importante diferença: a auto-sabotagem implica que “alguma parte” de você tem um ativo desejo de minar o seu progresso, crescimento ou aprendizado (é como uma pequena voz em sua cabeça dizendo; Isto não vai dar certo).

Em contraste, a “homeostasis de manutenção”[1] é um valor-neutro, uma resposta automática à mudança. Sua presença não é resultado de algum desejo secreto de falhar, ou a qualquer agenda oculta, mas sim, um mecanismo interno, que tende em permanecer o mesmo (sem mudanças), do seu sistema homeostático.
Se você não for capaz de discernir, e erradamente tomar a “homeostasis de manutenção” por auto-sabotagem, você poderá dispender preciosa energia combatendo seus credos limitantes e suas agendas ocultas. Se, de fato, você apresenta tais questões, será importante você dar a elas a sua atenção. Contudo, você poderá ter uma maravilhosa saúde mental e emocional, liberta-se dos credos limitantes, e ainda assim chocar-se contra a parede quando a homeostasis entra em ação.
[i]Fear, Dealing with- Homeostasis, etc - Molly Gordon.pdf

[1] “Homeostasis de Manutenção”- é o mecanismo natural do corpo e do ser, que faz as correções necessárias para manter o nsso equilíbrio, seja ele biológico ou psíquico.
[i] Get Free From Fear - Molly Gordon. Traduzido livremente e adaptado por Waldney Carmignani – São Paulo-SP- Out08

Coaching - Porque mudança é o nome do jogo!

Vivemos hoje, talvez mais que em qualquer período da experiência humana, um tempo complexo.

“Vivemos um momento sui-generis no mundo dos negócios, impregnado de um ritmo de urgência no qual as palavras chave são ação, desempenho e resultados. Empresas nascem e desaparecem com velocidade surpreendente, o sucesso de ontem pode transformar-se em fracasso hoje, o executivo bem sucedido hoje poderá ser um fracassado amanhã.”(Rosa R. Krausz – Executive Coaching)

Vários fatores contribuem para essa complexidade dentre eles a globalização, que praticamente eliminou o conceito de perto e longe, através de tecnologias disponibilizadas nos últimos dez anos do século passado.

Este e outros fatores provocaram aceleração das mudanças em praticamente todos os setores da atividade humana, tornando-a uma realidade inescapável. Isto trouxe uma nova sensação de desconforto, às vezes sentida como de perda de controle na vida. Expressa em frases como: “Não vi este ano passar”; “Não tenho tempo!”; “Tudo está tão corrido!”; “Não vejo a hora de tirar férias” e etc.

Neste contexto as organizações humanas, estão em constante estado de tensão, sendo desafiadas à mudar, ajustar-se, reformular-se, adaptar-se, reinventar-se a fim de permanecerem vivas e relevantes para a missão que se propõe, face à continua e veloz mudança.

Este cenário nos conduz a intuir que decisões importantes, questões, tensões, dilemas e stress, terão que ser enfrentados com freqüência crescente pelos gestores. A busca por suporte para a tomada de posição diante de tais questões deverá ser intensificada, resultando na possibilidade de expansão da atividade de Coaching de diferentes aspectos e em vários níveis da organização. (por Waldney Carmignani - Nov/2008)